sábado, abril 28, 2007

OUSADIA


Parte I


Neste quarto imenso,

Há um desejo intenso...


Uma janela,

Na cabeceira uma vela...


Nessa cama,

Um corpo que ama...


Parte II – Versos soltos


Fecha os olhos,

para não dormires sozinha.

Sente um corpo, presente

embora ausente...


Segue em frente,

beija lentamente,

estonteada,

desliza suavemente.


Agora achada,

essa diva essa fada!

Na almofada,

envolvida abraçada.


Acomodada,

beijada despenteada...

Fada perdida...

Não queres dormir sozinha!


Parte III


Despida,

A regra infrigida...


Mergulhada,

Suavemente penetrada...


Suada,

Finalmente saciada...


Parte IV


Princesa minha,

Absolve a ousadia...


Um pobre insolente,

Não tem culpa do que sente.

sexta-feira, abril 27, 2007

Putas tristes em prosaico- PARTE I

Boa tarde minha amiga! Escrevo-te hoje aqui... Encontrava-me cansado de te enviar sms's para o telemóvel. Uma vez que és a única pessoa capaz de ler o meu fastidioso blog, considerei escrever qualquer coisa aqui de forma a quebrar a rotina. Sim amiga! A rotina, o caminho habitualmente trilhado por nós, pessoas ordinárias (como tu te referes a pessoas comuns) surgem religiosamente na nossa triste vida.

Contudo, não é da rotina que te pretendo falar, mas sim do ordinário, do vulgar, do comum de certas individualidades.

Acusam-me a mim de não saber escrever, amiga... No entanto, esses tais, seres ditos detentores de um enorme conhecimento ortográfico, mandam-me uma mensagem hoje com a palavra ressentimentos escrita da seguinte forma: recentimento. Meu Deus! Génios dotados de tal conhecimento literário, não sabem escrever uma palavra prefixada! Lêm muito dizem eles... O que eu acho que eles não sabem ler... Ler, não é ler o escrito, mas sim ler o transmitido... Não estás de acordo? Há que medir, e pesar as palavras! Verificar a quem se destinam, saber mastigar e digerir o condimento que se esconde por trás destas ; e a intenção de de quem as escreve! Sabes qual é o problema? Decerto já saberás, ou talvez não te recordes... Vou-te relembrar! A esses, os ordinários, são apenas propostos alguns trabalhos durante um ano lectivo... A que se resumem esses trabalhos? Nada! Copiar, resumir, copiar, traduzir! Até lhes dão a bibliografia! Pensar? Que é isso? O mais fatigante dos seus trabalhos é encontrar a estante, ou até pesquisar na internet... E são esses os génios da nossa era! Se lhes perguntarem o que acham da regionalização, que achas que te vão perguntar? Não sabes? Eu digo-te! Onde fica a estante de ciências políticas, e acredita, poucos saberão que estamos a falar disso! Sabes o que gostam de fazer? Saír! Sim isso! Embebedarem-se, isso sim é bom! Por vezes, encontrar alguém para durante a noite, se relacionarem num inconsciente e perturbante acto estranho... Já nem precisam de putas! Tanto eles como elas! Putas é um nome para quem recebe por isso. Estes, já o fazem de graça, sem propósito, alcoolizados... Vês? Há muita puta mais digna que isto!

E assim termino. Agora sei porque não compreendem o meu arcaico.

Gostaria de felicitar o aniversário do absurdo! Parabéns! Um dia temos de tomar um café naquele bar perto da minha casa. Gostaria de afiar ainda mais esta conversa!

sábado, abril 21, 2007

Pleonasmo Oblíquo


Tudo é nada,

nada é tudo.

Palavra lograda,

mal explicada...

Mundo obtuso,

tão confuso.


Texto escrito

manuscrito.

Mal vivido,

pouco sentido...

Mal lido,

inconclusivo.


Enganado,

sufocado!

Mal tratado,

enganado.


O sentido é mal escrito,

o vivido é mal descrito.

A palavra enganada,

a estória mal contada.


Palavra acertada,

vida enganada!


O escrito não sentido,

perece o vivido!


Pleonasmo Oblíquo


Tudo é nada,

nada é tudo.

Palavra lograda,

mal explicada...

Mundo obtuso,

tão confuso.


Texto escrito

manuscrito.

Mal vivido,

pouco sentido...

Mal lido,

inconclusivo.


Enganado,

sufocado!

Mal tratado,

enganado.


O sentido é mal escrito,

o vivido é mal descrito.

A palavra enganada,

a estória mal contada.


Palavra acertada,

vida enganada!


O escrito não sentido,

perece o vivido!


sábado, abril 07, 2007


Stepford Sons



O pai ama o seu filho,

assim como a sua mãe.

Protegendo-o do mundo,

afastando-o Satanás...


Ohohoh – dorme meu filho!

Ohohoh – dorme meu filho!


Vai à escola descansado,

Vai à missa sossegado...


Não perguntes!

Segue o caminho,

habitualmente trilhado!


Altercar é empecilho!

Reflectir acima, além!

Torna-te tão imundo...

Obedece e cala-te rapaz!


segunda-feira, abril 02, 2007

Regresso à adolescência

My first abstract =)

É a primeira vez que estou a escrever um texto em prosa neste blog... Confesso que me sinto um pouco inseguro, pois ao redigir um documento com estas características necessitamos de ter um método ou ordem pelo qual nos devamos seguir, construindo assim algo fluído e agradável. Visto eu ser um tanto e quanto desorganizado, e possuir o defeito de escrever tudo da mesma forma que penso, deixem que vos diga que gozo de uma extrema poluição mental.

Já está, o primeiro parágrafo custou menos do que pensava, agora não reparem nos erros ortográficos, nem mesmo semânticos, como diz o outro: -”Não sou grande escritor! Sou poeta sem valor...”.

Após esta desinteressante apresentação, vou agora passar ao tema que me levou à criação deste artigo.

Tempos atrás, enquanto me perdia na Internet, esse incomensurável vício que me afecta, tal como o drogado aprecia a sua última injecção letal de heroína antes da justa overdose, vira um pequeno blog, assim por acaso, aparecera-me após uma pesquisa sobre coisa nenhuma... Bem interessante este, pensara eu na minha imperícia sobre o assunto. Vasculhei um pouco... encontrei a autora de tal obra. Autora essa que participava em mais três sítios. Era crítica... Adorava ler... A cada segundo uma surpresa agradável! Uma jovem... Apenas isso, uma definição tão simples... Tão escassa... Uma jovem poderia ser uma pessoa normal que semanalmente fosse a uma discoteca, afogar-se em álcool, visualizar algumas telenovelas grosseiras, ou mesmo qualquer outra actividade vulgar e ordinária. Esta era diferente... Activista, apadrinhada de um bom gosto subtil e harmonioso, rejubilando a sua alma imergida na sua sensibilidade.

Roubara-lhe o messenger! Que mais poderia fazer? Esperara tranquilamente um ou dois dias. Ela apareceu! Felicitei-a então pelo seu trabalho. Ela agradeceu humildemente e confessara-me que também me vasculhara a minha já esquecida vida. Assim começou uma longa conversa que se estendera pela tarde inteira! E assim foi durante os últimos tempos. Conversa habitual, de café, recheada de opiniões... O messenger tornara-se o nosso café nocturno, pouca luz, música agradável... Chill Out! -”Um dia irei ao cinema!” disse ela. -Eu também gostava de ir... -Então vem! E assim ficou combinado! Hoje perguntou-me se eu tinha medo dela... Não sei... Nunca tive, medo nem receio de estar com ninguém. Agora tenho receio de pisar o conhecido... Passeando pelos velhos caminhos hesitando... Não estou seguro. Só digo que voltei a reviver a adolescência, visto que não a vivera oportunamente.